quarta-feira, 31 de março de 2010

A ultrapassagem

Enquanto o Brasil, que já tem um biocombustível consolidado - e teria tudo para exportar a sua tecnologia de baixa emissão de carbono para veículos automotores -, não consegue assegurar as suas vantagens conquistadas (vide a redução do percentual de etanol na gasolina), o resto do mundo parece optar por outra rota tecnológica. O carro elétrico parece ganhar cada vez mais espaço, superando desafios bem mais complexos do que o do etanol – como, por exemplo, a rede de abastecimento. Israel promete para 2011, uma rede de abastecimento para carros elétricos consolidada. É claro que neste caso há a vantagem da dimensão territorial do país, mas mesmo em países continentais, as montadoras não param de apresentar modelos elétricos, ou no máximo, híbridos. Não é para jogar dinheiro fora que a Nissan acaba de lançar o seu elétrico popular – o Leaf – na terra do Tio Sam. Pelo visto, embora tenhamos largado na frente, mais uma vez ficaremos para trás. E o pior de tudo é que tudo o que enxergamos, brigamos, investimos bilhões - e não abrimos mão - só se enxerga pelo retrovisor: petróleo.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Corrigindo a rota com o mesmo ímpeto que avança

Que a China subdesenvolvida já faz parte de uma história muito distante (embora faça pouco mais do que vinte anos), todos sabemos. Mas que a China também começa a deixar para trás a história do seu desenvolvimento sujo menos gente sabe. Para se ter uma idéia, a China simplesmente vem dobrando a sua capacidade de geração eólica em cada um dos últimos cinco anos e a sua capacidade, em números absolutos, já em 2010, só será inferior aos EUA. Neste ano deve-se atingir a meta de 30 GW com dez anos de antecedência. Agora a meta para 2020 é 100 GW o que corresponde a toda a capacidade instalada no Brasil. É muita coisa, especialmente para uma economia energeticamente fundada no sujo carvão mineral. E se o gigante venceu toda a força inercial (figura de linguagem, mas para muitos, pode-se atribuir a literalidade) para mudar de rota, é porque o caminho não tem volta.

quinta-feira, 25 de março de 2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

Menos Xico, menos

Xico Graziano é um ambientalista pragmático e talvez por isso a sua gestão na Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo seja boa. Entretanto, no seu artigo de ontem na coluna Opinião do Estado de São Paulo (www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100323/not_imp527986,0.php) ele errou a mão.
Na sua defesa da atividade agropecuária com relação ao seu impacto no aquecimento global foi um tanto quanto condescendente, especialmente com a atividade pecuária, que, especialmente no Brasil tem um impacto extremamente relevante. Não apenas em função da emissão de metano que é significativa ainda que este gás seja só (?!!) 6 vezes maior que o dióxido de carbono, como ele defende no texto.
Isto porque é visível (e não é força de linguagem) que um pasto qualquer fixa muito pouco carbono resgatado da atmosfera. Cálculos detalhados à parte, podemos entender que tudo o que vemos (e o que não vemos, no subsolo) de matéria orgânica e seres vivos é carbono fixado. Deste modo, não é preciso ser matemático para saber que nos vastos campos de pastagem há muito menos carbono fixado do que em outras atividades agrárias, quanto mais se relacionados às áreas originais de mata atlântica ou cerrado.
Isso sem falar nas áreas degradadas (muito mais freqüentes em áreas de pastagem) que obviamente fixam muito menos carbono.
Alia-se a tudo isso a área que ocupa (quase quatro quintos da área agriculturável brasileira) sem agregar valor econômico - e muito menos social - similar. É muita terra, muito recurso natural consumido, para um retorno quase pífio. Tudo com um péssimo balanço de carbono. O setor começa a mudar o seu posicionamento, mas – exceção feitas a poucos pecuaristas – é um dos setores ainda mais atrasados.

terça-feira, 23 de março de 2010

Políticas públicas, objetivos e metas

Desde o surgimento do estado moderno, uma contradição básica vem se arrastando, ainda que vestida de diversos rótulos: a abordagem técnico-burocrática contra a política. No Brasil esse conflito, em virtude da instabilidade política característica da sua história, tornou-se ainda mais incisivo. Tanto a desconfiança com a classe política, como políticos que se fiavam no clamor popular, já atentaram contra os regimes democrático e de direito (são mesmo distintos).
Até hoje há uma grande incompreensão entre as partes desse conflito, mas alguma coisa se avançou no decorrer dos anos. A inserção de uma noção básica de planejamento exigida até mesmo pela constituição e a estabilidade política – que tem o seu período mais duradouro e parece não ser mais ameaçada - têm os seus méritos nesses avanços.
A elaboração das políticas passa a tentar se conciliar com instrumentos de planejamento. Essa coesão ajuda muito na objetividade das políticas que, portanto, não têm porque temer a aferição de seus resultados, nem o estabelecimento de metas e indicadores. Isso em todas as políticas e, é lógico, nas de cunho ambiental.

segunda-feira, 22 de março de 2010

A água e o senso de emergência

Embora desde adolescente eu tenha a percepção geral da necessidade do equilíbrio ecológico para o bem estar humano, a questão hídrica que me fez perceber claramente que crises ambientais já não são questões futurísticas. A crise da água já é uma realidade - e não é de hoje.
Não são todos que se lembram, mas na metade dos anos noventa, tínhamos um rodízio de abastecimento de água institucionalizado na Região Metropolitana de São Paulo, com cronograma de abastecimento e a certeza de que água não era um luxo de todo dia. A situação melhorou quando a região ampliou a quantidade de água importada de outras bacias. Em especial dos rios que também abastecem a Região Metropolitana de Campinas. Quase metade da água consumida em São Paulo é importada dessa região. Poucas bacias hidrográficas poderiam dar conta de abastecer duas regiões metropolitanas desses portes e que, pior, continuam crescendo. E o resultado não poderia ser outro: já não há mais água para todos. São Paulo já começou a buscar mananciais em outras bacias. O Vale do Paraíba já está na mira. Muita disputa se dará com a região, que é extremamente relevante. Ainda mais porque a bacia abastece grande parte do estado do Rio de Janeiro.
Embora essas disputas não venham à tona com a transparência necessária, muito já se avançou na conscientização da importância da preservação desse elemento para a nossa qualidade de vida e atividade econômica. O consumo mensal médio por residência caiu de 19 mil litros para 13 mil litros em de 1998 para cá. As indústrias têm avançado consideravelmente e programas de racionalização do uso de água, mas isso não tem sido suficiente para evitar todos esses conflitos. Afinal, só na RMSP, mil novas ligações são feitas a cada ano.
Além da evidente universalização de tratamento de esgotos, duas ferramentas precisam ser implantadas e universalizadas urgentemente para dar racionalidade ao manejo desse elemento essencial e evitar os conflitos eminentes: a cobrança pelo uso da água e o pagamento por serviços ambientais. De um lado se controla o consumo e de outro se assegura a quantidade e a qualidade desse elemento essencial não só para a vida, mas também para a economia. É dar valor para o que de fato tem valor. E nada é mais urgente que isso.

quarta-feira, 17 de março de 2010

O Brasil dos caminhos tortos

A grande polêmica que envolve os estados brasileiros em torno dos royalties do petróleo dá a exata medida de como o Brasil trata os seus recursos. Tudo é visto de forma imediata, para benefício próprio e sem medir qualquer consequência na apropriação. Essa disputa mesquinha, sem muitos pudores parece mesmo uma disputa de ponto de droga. Aliás as semelhanças não param por aí, porque o objeto da briga são os resultados da venda de um produto que traz enormes prejuízos para a saúde (neste caso do planeta).
Mesmo e principalmente os que são a favor da legalização de drogas defendem que estas devem ser significativamente taxadas para cubrirem os gastos decorrentes do produto como tratamentos de saúde, segurança e demais prejuízos socializados. O mesmo precisaria ser feito com o petróleo. O petróleo precisaria cobrir os impactos e ameaças ambientais locais (como defendem os estados produtores) e também os impactos globais e, portanto, também nacionais (o que justificaria uma distribuição entre os estados). Por essa razão seria importante aumentar as aliquotas dos royalties e (ovo de colombo) contemplar todas as expectativas. Seria uma solução mágica. Pois além de satisfazermos todos os pleitos, estaríamos alinhados (ainda que por caminhos tortuosos) com o resto do mundo que taxa progressivamente as emissões dos gases efeito estufa e se encaminha para a economia de baixo carbono.

terça-feira, 16 de março de 2010

A crise e o anúncio da próxima

Quando essa crise econômica eclodiu, Sérgio Besserman - que apesar de economista, não costuma errar – falou que a crise provavelmente teria mais impacto na redução dos gases efeito do que qualquer iniciativa mundial voltada para a questão das mudanças climáticas. Um ano depois a Agência Internacional de Energia estimou em setembro que as emissões de dióxido de carbono cairiam cerca de 2,6% em 2009 devido ao declínio na atividade industrial.
Entretanto, segundo as mais recentes medições na estação norueguesa Zeppelin, a quantidade de carbono na atmosfera não sentiu tanto o impacto da crise. Continuou a aumentar (393,71 partes por milhão da atmosfera nas primeiras duas semanas de março, contra 393,17 partes por milhão no mesmo período de 2009). A razão é que a crise não foi tão forte quanto se previa. Países gigantes, como China e Índia continuaram a crescer, não tanto quanto antes, mas em um ritmo de fazer inveja ao período recente do Brasil (respectivamente 8,7 e 6,5). A combinação das taxas de crescimentos (ano após ano, sem interrupção) dessas economias com os seus dados populacionais nem de longe parecem caber nesse planeta restrito.
O clima até agora se mostrou a parte mais frágil. As 280 partes por milhão de CO2 (que era uma realidade do período pós industrial) parece uma realidade de outro planeta e os efeitos das mudanças climáticas todos conhecemos já emitem os seus sinais - não só neste ano ainda mais atípico devido a outros fenômenos climáticos-, mas também nos anos recentes. Tudo indica que se não houver mudanças drásticas no comportamento humano, a tão temida crise ambiental não ultrapassará esta geração. Mas nesse ritmo de crescimento e consumo dos chineses e indianos é possível que se sinta falta de outros recursos naturais antes mesmo de se sentir os piores efeitos das mudanças do clima. E o primeiro impacto será, como sempre, nos preços.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Um grande problema na nossa mesa

Até o final da década de setenta, comer peixe cru no Brasil, era uma espécie de aberração. O Japão já se apresentava ao mundo como uma emergente industrialização - que ainda não colhia os benefícios de suas revolucionárias formas de gestão iniciadas a partir da década de 50 - e com seus desenhos animados que inundavam em uma televisão sem padrão de qualidade.
A partir dos 80, a situação mudou. O Japão virou exemplo de tudo em um mundo que buscava conciliar produtividade e qualidade. As suas indústrias e os seus trabalhadores eram exemplos de adaptação aos novos tempos e a cultura japonesa foi intensamente difundida por todos os cantos do mundo. O resultado é que raro agora é quem não gosta de Sushi, não o contrário.
O resultado se fez sentir no mar. Entre 1957 e 2007, as reservas de atum vermelho (o peixe tradicional do Sushi) diminuíram 75%. A continuar esse ritmo, os atuns não chegarão a virar a próxima década. É por essa razão que a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e da Flora Silvestres (CITES), que se realiza em Doha no Catar estuda a proibição de comércio de atum. Independentemente das suas deliberações finais, com a força da União Européia e dos EUA, essa medida já é um alerta para quem aprendeu a gostar do tradicional Sushi.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Reflexão sobre as lágrimas

O desespero do governador do Rio de Janeiro - que chegou a cair em prantos - com a possibilidade de perder os recursos dos royalties do petróleo, bem como os números logo levantados para mostrar que o estado iria quebrar, ao invés de me sensibilizar, tornou-me reflexivo. Em princípio parece justo que os estados e municípios afetados pela suja e arriscada atividade do petróleo tenham direito mesmo a compensações. Afinal os royalties tem mesmo essa função: preparar os mesmos tanto para dar conta dos impactos ambientais –os inevitáveis e os possíveis -, bem como para prepará-los para o período posterior, o pós-boom do petróleo. Este último quesito deveria ganhar ainda maior relevância uma vez que o fim do reinado do petróleo é eminente e a sua importância acabará muito antes da exaustão das suas reservas.
Preparar os países, estados, municípios, empresas e comportamentos para a chamada economia de baixo carbono é uma prioridade para todos no mundo atual, até para os mais tradicionais e maiores produtores de petróleo (ver post do dia 10). Os mais diferentes atores estão empenhados nisso e isso será uma questão de sobrevivência durante esse século. Mas será que o Rio está aplicando estes royalties corretamente? Será que os 7,2 bilhões anuais que motivaram o pranto do governador estão mesmo sendo aplicados na preparação do estado e de seus municípios para uma economia de baixo carbono, ou para mitigação e prevenção dos impactos ambientais? Ou será que esse dinheiro serve para simplesmente manter o caixa das pessoas jurídicas. A reação de desespero (parecida com a de quem perde o emprego) e os volumes de recursos levantados (se contrapostos com as fatias orçamentárias das pastas de meio ambiente) demonstram que esses royalties, embora justos, estão sendo aplicados de forma errada.
E isso deveria ser a principal preocupação dos cariocas e fluminenses, pois, mais cedo do que se pensa o petróleo perderá a majestade. E o estado não estará preparado, como não se preparou para outras ocasiões similares como a mudança de capital e nem sequer para situações opostas como o tão querido boom de petróleo (quem conhece Macaé sabe muito bem que não houve preparação nenhuma).
Seria importante que esse susto (acho pouco provável que isso siga adiante), sirva de alerta para as autoridades do estado, que, ao que parece estão muito pouco preparados para o eminente fim da era do petróleo.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Uma hora de puro desperdício e as análises econômicas

Quatro pistas tomadas de carros – todos parados – por quase três quilômetros. Esta cena cotidiana para os moradores de São Paulo e de outras metrópoles brasileiras não deixou de ser uma experiência dramática para este autor e, portanto, não poderia deixar de ser um tema neste blog.
A cena era o símbolo do desperdício. Queimávamos toneladas de combustíveis para ficar literalmente parados. O sol já castigante naquele horário da manhã obrigava o funcionamento do ar condicionado e aumentava o nosso consumo de combustíveis.
Alheio ao drama, o noticiário, entretanto, era positivo. Especialmente as econômicas. Feitas as contas, o PIB não regrediu no ano de 2009 tanto quanto em outras nações. Foi-me inevitável constatar que nós, embora plenamente e irritantemente ociosos, contribuiríamos positivamente para os resultados de 2010.
Teríamos que repor todo aquele combustível literalmente queimado para ficar parado ou no máximo alcançar uma velocidade bem menor do que teríamos ao optar pelo calçado. Os que sucumbiram ao ar condicionado contribuíam mais. Mas os que gostam de carros grandes contribuiram ainda mais. Não só torrando mais combustível que teria de ser reposto nos postos, mas também ocupando mais espaço e contribuindo para a pouca fluência do trânsito.
Mas o que produzíamos de fato para contribuir com o indicador chamado Produto Interno Bruto? Nada. Sequer descansávamos para nos tornar mais produtivos no dia que se iniciava. Torrávamos combustíveis, gastávamos dinheiro à toa, desgastávamos os nossos ativos (carros) e a nós próprios. Sem falar nas emissões de gases e poluentes que afetam (negativamente) a saúde da população (nossa) e do planeta. Mesmo assim consumíamos e, portanto, segundo a lógica macroeconômica contribuíamos para resultados positivos na economia. Pareceu-me uma perfeita insensatez que aquela situação e aquele tipo de consumo contribuíssem positivamente com alguma coisa, especialmente com alguma coisa com esse nome: economia. Tudo aquilo era puro desperdício e certamente impactava negativamente em tudo. O leitor pode julgar: estou certo, ou esse é apenas um mero raciocínio de alguém irritado com o trânsito?

quarta-feira, 10 de março de 2010

O novo mundo tecnológico em poucas linhas

É impressionante como as grandes revoluções humanas, as grandes viradas da história podem estar contidas em notícias simples que sequer são percebidas por muitas pessoas.
Dois aspectos da notícia veiculada hoje na Folha On Line “IBM projeta plástico biodegradável à base de vegetais” (confira a íntegra da notícia no link http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u704336.shtml) são muito representativas da grande revolução que passamos sem nos darmos muita conta. O primeiro é que o ícone da revolução paradigmática dos anos 70 e 80: a informatização e sua disseminação, agora se debruça no desenvolvimento de soluções ambientalmente amigáveis. O outro aspecto, não tão evidente por não estar no título, é que o desenvolvimento desse produto se dá na "Cidade saudita para a Ciência e a Tecnologia" de King Abdul Aziz. Ou seja, os principais produtores mundiais de petróleo, atentos à realidade do declínio inevitável do uso dos combustíveis fósseis e buscam, através da geração de conhecimento se posicionar como protagonista no cenário que se desenha.

terça-feira, 9 de março de 2010

Um bom começo

Começamos. E começamos por uma política pública exemplar. Pouca gente conhece, uma vez que se realiza em um estado considerado pequeno. No Espírito Santo, um estado cercado por Rio, Minas e Bahia – e que não fica no nordeste, como pensam alguns -, uma importante iniciativa do governo comemora um ano: o pagamento por serviços ambientais.
Tal iniciativa vem a dar significado aos produtores o que sabemos todos: uma floresta em pé, vale muito mais do que derrubada. Especialmente nas margens dos corpos d´água e nas encostas íngremes. Vale mais – todos sabemos – para manter a qualidade e quantidade da água que tanto precisamos. Vale mais para evitar desmoronamentos e voçorocas e preservar a qualidade do solo. Vale mais também no balanço de carbono. Vale, em todos os sentidos incomparavelmente mais do que o tradicional pasto que ocupa a maior parte das áreas agriculturáveis e – pessimamente - ocupadas no Brasil. OK, sabemos de tudo isso, mas porque o proprietário prefere, ainda que fazendo algo proibido, derrubar a mata e estender o seu pasto até o rio ou morro acima?
Simplesmente porque para ele vale a pena. Vale a pena porque não criamos nenhum mecanismo que exprima todo o valor social e ambiental da mata preservada. Pois esse mecanismo é o que começa a ser experimentado no Espírito Santo. Mais especificamente na parte alta do estado, responsável pelos mananciais que abastecem as regiões litorâneas e mais populosas. É onde a água vale mais e, conseqüentemente, a preservação vale mais. Por isso, o Estado começou o pagamento por lá. Mas ao que parece, a idéia é estender a iniciativa para todo o estado.
A comemoração de um ano é ainda mais importante que o lançamento do Projeto (que se chama ProdutorES de Água), já que um dos grandes riscos desse tipo de projeto é a não sistematização do mesmo. Paga-se uma vez, faz-se um alarde e depois nunca mais (falta recursos, mudam os governos, as prioridades etc.). Ao que parece não será assim no Estado. Há lei instituindo o pagamento, metodologia, e, principalmente, recursos (uma parte dos royalties do petróleo). Com isso há razões de sobra para comemorar um ano de pagamento de serviços ambientais no Brasil, ainda que em uma pequena região do pequeno estado do Espírito Santo.