segunda-feira, 19 de abril de 2010

O eterno miserável abençoado

O Brasil é mesmo um país abençoado. Além da sua enorme quantidade de recursos hídricos superficiais, somos uma potência também em recursos hídricos subterrâneos. Além do já conhecido Aqüífero Guarani que tem 45 mil km³ de volume de água acaba de ser descoberto outro aqüífero na Amazônia com o dobro do potencial (http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/04/aquifero-na-amazonia-pode-ser-o-maior-do-mundo-dizem-geologos.html).
Enquanto isso, a nossa gestão dos recursos naturais continua a desejar. Exportamos recursos naturais sem internalizar os custos ambientais e a China já percebeu que é melhor importar do que arcar com os custos ambientais. O resultado é a “primarização” das exportações brasileiras anunciado pela Cláudia Trevisan em recente artigo para o Estadão.
É preciso que o impacto ambiental entre na conta da composição de preços e seja efetivamente destinado a ser uma compensação aos danos da exploração. Os royalties do petróleo, que é legalmente uma compensação, não são quase nunca utilizados para as atividades compensatórias. Isso precisa mudar e se necessário os royalties precisam ser aumentados. Do mesmo jeito, precisamos cobrar pelo uso da água se não, em breve estaremos exportando água para a China a preços míseros.

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