sexta-feira, 28 de maio de 2010

Olhando pra frente

Além de evidenciar a tradicional falta de coesão das políticas públicas no Brasil, a confusão gerada na divulgação do programa de incentivo ao carro elétrico nesta semana (http://moglobo.globo.com/integra.asp?txtUrl=/economia/mat/2010/05/27/impasse-entre-ministerios-da-fazenda-do-desenvolvimento-atrasa-plano-de-incentivo-carro-eletrico-916714238.asp) mostra também uma encruzilhada tecnológica do Brasil.
De um lado, toda a indústria automobilística está fazendo uma opção tecnológica pelo carro elétrico, de outro o Brasil tem uma opção, ainda que não tão eficaz para a redução das emissões dos veículos de transporte, muito mais acessível e viável para uma migração em curto prazo: o etanol.
A primeira oportunidade de ter exportado essa tecnologia já consolidada quando não havia nenhuma opção para o mundo já foi perdida. A indústria automobilística já está consolidando o seu caminho na direção do carro elétrico e a forte indústria brasileira não pode ficar à margem desse processo, por isso seria importante um programa como esse.
Por outro lado, a solução do etanol e os seus representantes têm que buscar as lacunas dessa nova tecnologia como, por exemplo, a necessidade de autonomia dos veículos. A eletricidade é completamente inadequada para veículos de carga e de longa distância. Esse é um segmento extremamente relevante e que por hora se utiliza somente de combustíveis fósseis (até no Brasil, a parte renovável desse tipo de combustível é somente os 5% de biodiesel exigidos no diesel). O direcionamento do foco ajudaria ao setor de etanol e seus defensores uma viabilização dos seus objetivos e evitaria outra oportunidade perdida de ter a sua solução disseminada mundialmente.

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