quarta-feira, 17 de março de 2010

O Brasil dos caminhos tortos

A grande polêmica que envolve os estados brasileiros em torno dos royalties do petróleo dá a exata medida de como o Brasil trata os seus recursos. Tudo é visto de forma imediata, para benefício próprio e sem medir qualquer consequência na apropriação. Essa disputa mesquinha, sem muitos pudores parece mesmo uma disputa de ponto de droga. Aliás as semelhanças não param por aí, porque o objeto da briga são os resultados da venda de um produto que traz enormes prejuízos para a saúde (neste caso do planeta).
Mesmo e principalmente os que são a favor da legalização de drogas defendem que estas devem ser significativamente taxadas para cubrirem os gastos decorrentes do produto como tratamentos de saúde, segurança e demais prejuízos socializados. O mesmo precisaria ser feito com o petróleo. O petróleo precisaria cobrir os impactos e ameaças ambientais locais (como defendem os estados produtores) e também os impactos globais e, portanto, também nacionais (o que justificaria uma distribuição entre os estados). Por essa razão seria importante aumentar as aliquotas dos royalties e (ovo de colombo) contemplar todas as expectativas. Seria uma solução mágica. Pois além de satisfazermos todos os pleitos, estaríamos alinhados (ainda que por caminhos tortuosos) com o resto do mundo que taxa progressivamente as emissões dos gases efeito estufa e se encaminha para a economia de baixo carbono.

Um comentário:

  1. Não sei se entendi a solução mágica porque eu não manjo nada desse assunto: Aumentar o royalty significa aumentar o preço do petróleo, em última instância?

    Concordo que interesses imediatistas prevalecem nessa discussão (sem esquecer que existem gigantescos interesses econômicos por trás das decisões políticas).

    Também acho que o petróleo (e seus infinitos derivados) gera impactos ambientais sérios. Por outro lado, se bem explorado, o pré-sal poderia ajudar o Brasil a atingir um maior nível de desenvolvimento, como no caso do Alaska e da Finlândia.

    Eu, como otimista que sou, acho que ainda é tempo de propor caminhos tortos em outra direção. Abraço!

    ResponderExcluir