quinta-feira, 11 de março de 2010

Uma hora de puro desperdício e as análises econômicas

Quatro pistas tomadas de carros – todos parados – por quase três quilômetros. Esta cena cotidiana para os moradores de São Paulo e de outras metrópoles brasileiras não deixou de ser uma experiência dramática para este autor e, portanto, não poderia deixar de ser um tema neste blog.
A cena era o símbolo do desperdício. Queimávamos toneladas de combustíveis para ficar literalmente parados. O sol já castigante naquele horário da manhã obrigava o funcionamento do ar condicionado e aumentava o nosso consumo de combustíveis.
Alheio ao drama, o noticiário, entretanto, era positivo. Especialmente as econômicas. Feitas as contas, o PIB não regrediu no ano de 2009 tanto quanto em outras nações. Foi-me inevitável constatar que nós, embora plenamente e irritantemente ociosos, contribuiríamos positivamente para os resultados de 2010.
Teríamos que repor todo aquele combustível literalmente queimado para ficar parado ou no máximo alcançar uma velocidade bem menor do que teríamos ao optar pelo calçado. Os que sucumbiram ao ar condicionado contribuíam mais. Mas os que gostam de carros grandes contribuiram ainda mais. Não só torrando mais combustível que teria de ser reposto nos postos, mas também ocupando mais espaço e contribuindo para a pouca fluência do trânsito.
Mas o que produzíamos de fato para contribuir com o indicador chamado Produto Interno Bruto? Nada. Sequer descansávamos para nos tornar mais produtivos no dia que se iniciava. Torrávamos combustíveis, gastávamos dinheiro à toa, desgastávamos os nossos ativos (carros) e a nós próprios. Sem falar nas emissões de gases e poluentes que afetam (negativamente) a saúde da população (nossa) e do planeta. Mesmo assim consumíamos e, portanto, segundo a lógica macroeconômica contribuíamos para resultados positivos na economia. Pareceu-me uma perfeita insensatez que aquela situação e aquele tipo de consumo contribuíssem positivamente com alguma coisa, especialmente com alguma coisa com esse nome: economia. Tudo aquilo era puro desperdício e certamente impactava negativamente em tudo. O leitor pode julgar: estou certo, ou esse é apenas um mero raciocínio de alguém irritado com o trânsito?

2 comentários:

  1. Marcos, Parabens pela iniciativa!
    Comecou bem... adorei seus textos e suas ideias.
    muito sucesso.
    grande abraco.
    daniklein

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  2. Marcos, é o Theo epp... Virei seu seguidor! Divulgue o blog pelo egroup do pessoa, meu!!! abraço!!

    Ah, visite meu blog se quiser, mas não espere grandes filosofias....

    http://akelacoisatoda.blogspot.com/

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